RUSGA



SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO 

Na busca de uma dramaturgia própria e baseada em uma criação horizontalizada, a Confraria dos Atores aventurou-se em um processo de criação coletiva, sem direção, sem dramaturgia prévia e sem hierarquias. Pautado na negociação das subjetividades de cada participante, o espetáculo é o resultado do agenciamento das visões que cada um estabeleceu sobre o tema provocador: a Rusga.  

A partir de improvisações, escrita coletiva, oficinas e experimentos em sala de ensaio apresentamos ao público uma trama rizomática construída pelas visões que cada participante trouxe para o processo de composição. A escolha por esse processo difícil e demorado teve o intuito de romper com as imposições de um diretor ou dramaturgo e proporcionar uma experiência única onde nossas subjetividades tivessem espaço aberto para se expressar, compor, negociar, agenciar e entrar em choque. 

Rusga é um espetáculo polifônico, composto pelas vozes de seus criadores e de seus personagens, que impuseram também suas necessidades na medida em que foram ganhando vida. Nesse rizoma incluímos ainda o público, participante essencial em razão de suas percepções e colaborações que nos permitirão aprimorar constantemente o espetáculo.


SOBRE O ESPETÁCULO 
Quatro personagens, de forma embaralhada e entrelaçada, mostram-se alterados de forma irreversível pelos acontecimentos que permeiam a RUSGA, episódio que teve como palco a Cuiabá de 1834, no dia 30 de maio. Ao cair da noite, parte da elite cuiabana, desejosa de poder, promoveu uma matança contra seus inimigos, a elite de ascendência portuguesa, chamada pejorativamente de “bicudos”. Esse acontecimento fez parte das movimentações e revoltas contra os portugueses no Brasil durante o Período Regencial. Rusga é briga, ruptura, mas para Cuiabá esta palavra também significa uma herança política marcada por manipulações e abusos de autoridade. Uma disputa de poder e riquezas, manifestação extrema de xenofobia sob o pretexto de ideais patrióticos.



FICHA TÉCNICA 

Dramaturgia e Direção Coletiva 
Atuação: Benone Lopes,  Jan Moura, Karina Figueredo e Talita Figueiredo
Música: Karola Nunes
Sonoplastia e iluminação: Yuri Kopkac
Figurino e Caracterização: Talita Figueiredo 
Cenário: Criação Coletiva 
Design Gráfico: Jan Moura 
Pesquisa Histórica: Benone Lopes 
Assistência de Produção: Roni Disarz
Confecção de Figurinos: Maria das Dores Freitas Leite