terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Perguntas


Dentro de um trabalho de grupo, experiências diversas se compõem. Cada indivíduo, com sua bagagem de vida, influenciando e sendo influenciado, transforma o resultado da obra em uma composição coletiva costurada por linhas aglutinadoras. O desafio deste processo passa pela revisão da figura do diretor e a aceitação da liberdade de expressão do ator, o qual passa a ser o criador de sua própria arte. A liberdade é válida quando se sabe o que fazer com ela, cada um pode experimentar à sua maneira, improvisar sem uma indicação impositiva, o ator, acostumado a ser mero receptáculo das concepções do autor e diretor, é estimulado agora a ser agente criador de suas próprias concepções.

            Você é [...] um conjunto de velocidades e lentidões entre partículas não formadas, um conjunto de afectos não subjetivados. Você tem a individualização de um dia, de uma estação, de um ano de vida (independente da duração); de um clima, de um vento, de uma neblina, de um enxame, de uma matilha (independente da regularidade). Ou pelo menos você pode tê-la, pode consegui-la (Deleuze & Guattari, 1997, p. 49).

O que estaria por trás de um processo que se pauta nessa nova perspectiva contemporânea? Como se dá o método colaborativo? Como a relação de um trabalho em grupo, com seus pensamentos diversos, é composto e se contrapõe na hora da construção do espetáculo? O que está por trás de um processo de construção de um espetáculo? Quais são seus experimentos, seus exercícios, sua metodologia de trabalho? Qual o papel das teorias clássicas, das formas clássicas e, principalmente, qual papel o texto dramatúrgico assume nas pesquisas pós-dramáticas?

Nenhum comentário: