quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

De que jornalismo cultural precisamos?



De que jornalismo cultural precisamos? O que vemos sempre quando abrimos nossos jornais, ou mais atualmente os sites de notícias, é um mundaréu de "agendas culturais". Os famosos "Cadernos B" de Cuiabá muitas vezes não passam de murais, cada um querendo pendurar seu cartazinho, disputando ali com receitas de bolo, horóscopo, dia a dia de famosos ou resumos de novelas. Os jornalistas "culturais" frequentemente tem que dividir seu tempo entre a cultura e o policial. Onde está a formação? A especialização? Onde está o papel crítico do jornalismo?
Bem.. para aprofundar nesse debate, encontrei um texto muito interessante sobre o assunto, que posto uma parte aqui, mas leiam na integra no site CULTURA E MERCADO.

JORNALISMO CULTURAL COMO EXERCÍCIO CRÍTICO
Por Célia Mota


Quando se fala em Jornalismo Cultural me vem à mente uma frasede Roland Barthes: “a crítica não é uma homenagem à verdade do passado e nem à verdade do outro, mas simplesmente uma construção inteligível do nosso tempo”. Isto porque a questão fundamental do chamado Jornalismo Cultural é a do exercício crítico por excelência. Uma sociedade sem crítica é uma sociedade morta e, ao abrir mão desse exercício, os jornalistas se tornam apenas porta-vozes da indústria cultural e seus sub-produtos.

Por que falar de crítica a jornalistas culturais? Porque a eles cabe decidir sobre dois procedimentos: o do julgamento do valor qualitativo de um produto ou bem cultural ou o do julgamento do valor de mercado. Sempre é bom lembrar que vivemos em tempos pós-modernos, onde se constata o abandono dos programas ordenadores, legitimadores, atribuidores de valores estéticos e culturais. Expandem-se os sistemas técnicos incontroláveis, o império dos efeitos visuais sobre a narrativa. Com isso, troca-se o sujeito emancipador (dotado de razão, de senso estético e transformador) pelo sujeito falsamente emancipado pelas novas tecnologias.

Não queremos considerar aqui como jornalismo culturalas notinhas de shows, as agendas sobre os espetáculos diáriosoferecidos à população em nossas cidades, osreleases de filmes, de peças de teatro ou de exposições,que tomam conta dos nossos chamados Cadernos B. O jornalismo cultural, no meu entender, coloca em debate idéias, sem deixarde lado a crítica aos espetáculos ou aos produtos dearte, que são uma forma de refletir sobre o mundo em que vivemos.

Um ponto de partida para o exercício crítico,ou do criticismo, nos leva à seguinte questão: é a crítica uma forma de explicação ou um pretexto para uma interpretação? No primeiro caso, busca-setornar explícito ou explicitar em detalhes uma determinada obra cultural. Como a origem latina de “explicar” sugere, é expor, revelar. Ou seja, mostrar para o leitor o que ele não vê num primeiro olhar. Pode ser a análise de um romance,de um filme, um CD de rock ou um show musical. Um livro não fala de si mesmo. Um CD se revela pelo conjunto das músicas escolhidas pelo autor. Então, o que cabe ao jornalista cultural é a tarefa de debruçar especialmente sobre o que a obra não diz. Seus silêncios, seu interdiscurso, ou seja, a que outros textos, músicas, filmes, a obra remete?

Leia na integra em:
http://www.culturaemercado.com.br/culturaepensamento/?p=15

Um comentário:

Cláudio Henrique disse...

Olá!

Meu nome é Cláudio Henrique. Sou jornalista, em Belo Horizonte, Minas.
Sou produtor cultural na Rede Minas de televisão - emissora pública, educativa. Também estou como coordenador de pauta no projeto de uma revista cultural, de circulação nacional, intitulado [provisoriamente] de Revista A.D - Arte e Diversidade. Pelo fato de ser uma revista de circulação nacional, estamos à procura, com muita urgência, de jornalistas com alguma experiência ou interesse na área cultural, boa escrita, criatividade, e que residam na região Centro-oeste - no caso Cuiabá - para serem colaboradores da revista nas respectivas regiões.

Como voce sabe, não existe um banco de dados que facilite o nosso trabalho, por isso, na busca de um contato mais eficiente, encontrei seu email no site do Diário de Cuiabá. Penso que possa me ajudar com indicação de pessoas conhecidas que tenham o perfil indicado acima.

Preciso dos e-mails dessas pessoas para apresentar o projeto e solicitar curriculos. A partir daí, a equipe responsável pela revista fará a avaliação dos currículos e uma entrevista online para confirmar se a pessoa tem o perfil que buscamos.

A proposta é descentralizar os olhares sobre a cultura no país.

Qualquer coisa, estou à disposição.

Desde já, obrigado pelo apoio.

Cláudio Henrique
Coordenador de pauta - Revista AD
Produtor cultural - Rede Minas
(31) 9812-9226 // 3212-9226
www.coisasuteiseinuteisdavida.blogspot.com