quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

SECRETARIA EM PAUTA

Em vários momentos nas reuniões do Movimento de Teatro essa dor volta. Volta porque está sendo mal tratada. Somos orfãos de um orgão, que se diz responsável por nos atender e promover nosso trabalho. A cada dia que passa as coisas vão sendo esquecidas, as dores esquecidas... mas ainda bem que sempre tem alguém para meter o dedo na ferida. E é esse o papel no nosso movimento.

Estamos vivendo um momento impar para o teatro cuiabano, as companhias crescendo, se desenvolvendo economicamente, e agora damos um novo passo, decisivo na busca por mudanças: a organização. A cada segunda-feira, mais grupos vão unindo ao movimento, desde companhias de longa estrada, até as que estão começando agora. Dessa forma a gente está trocando experiências, discutindo assuntos importantes, formando opiniões. Politizando a classe. Somente através da união de forças é que vamos conseguir ter voz num lugar onde quem tem voz, são apenas os amiguinhos, dos amiguinhos dos políticos.

Chega! Não quero mais ter que fazer politicagem, esquemas e lobbys para conseguir que meu projeto seja aprovado. Eu não quero ter que ficar puxando saco de secretário nenhum, para ter espaço. Eu quero apenas o que me pertence por direito. O povo tem direito ao acesso facilitado as manifestações artísticos-culturais, se tem direito, se tá na lei, porque eu tenho que ficar brigando e tentanto convencer secretário que esse é o seu papel?

Por que nós temos que brigar para conseguir espaço no Cine-Teatro? Aliás porque ainda não brigamos para que esse espaço seja realmente inaugurado? Cadê os recursos? O que foi feito? Já faz muito tempo que se está reformando... quando termina uma reforma, ela se deteriora e se refaz tudo de novo. Coloca-se mármore, se retira o mármore... faz uma coisa, refaz. O que é isso? Estamos falando de dinheiro público e não de brincadeira de castelinho de areia.

Por que não temos acesso facilitado para conversar com o secretário?

Agora vamos realizar um grande projeto. Projeto esse, que vem para ocupar e fazer o papel do governo. Vamos levar arte para os bairros, vamos fazer com que pessoas que nunca tiveram contato com o teatro, possam ver de graça, gostar e quem sabe até serem as futuras ocupantes desse espaço. Vamos ocupar espaços alternativos, popularizar a arte, criar platéia, criar uma rede de contatos, criar.. criar... criar o que já se devia estar criado.

E o nosso curso técnico? E nosso curso superior? Será que já não está na hora de o governo pensar na profissionalização de seus agentes? Temos demanda para isso. Temos urgência em capacitação. Só não estamos mais ilhados aqui por que corremos atrás. Fazemos acontecer. Mas como estaria o estado hoje, se o governo cumprisse com seus deveres?

Vamos debater! Vamos construir nossa carta aberta. 2008 está chegando? E o que será que a secretária está pensando, o que será esse ano?

Jan Moura - Confraria dos Atores

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